Na abertura da segunda semana do VII Workshop Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo), na manhã desta quinta-feira (23), no auditório do Museu Paraense Emilio Goeldi, o destaque ficou por conta da importância dos procedimentos adotados na gestão ambiental da atividade turística. Este foi o tema central da palestra apresentada pelo consultor em Meio Ambiente e técnico do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Fernando Galli, dentro da
Galli iniciou sua explanação falando dos principais aspectos que devem ser levados em consideração na gestão ambiental, como a ISO 14000, a sustentabilidade e a construção verde ou “Green Building”. “O uso dos recursos naturais para a satisfação das necessidades presentes não podem comprometer as gerações futuras”, disse ele.
Ainda de acordo com o consultor, em obras sustentáveis o mais importante é a conscientização em todos os níveis, da mão de obra ao empresário. “Quantas vezes eu ouvi de empregado dizer: ‘Poxa, mas eu fazia errado há anos e não sabia’. E assim é com tudo. Eu não vejo um prédio em São Paulo, que leve em consideração a perda de material. Hoje em dia, qualquer construção na Europa ou Estados Unidos é dimensionada, a partir do material que vai ser utilizado na construção”, relatou assertivo.
O consultor Fernando Galli também abordou a relação investimento versus impactos ambientais. “O investimento de qualquer empresa deve levar em conta não só os custos sociais, trabalhistas e tributários, o chamado ‘Custo Brasil’, mas também os custos ambientais de um novo negócio, que via de regra, não são computados clara e objetivamente. Empreendedores não sabem incluir no projeto esse custo ambiental. É preciso tratá-lo com a mesma seriedade do custo socioeconômico”, afirma.
Por fim, Galli enumerou as políticas e diretrizes adotadas pelo BID, as quais o Programa Nacional de Desenvolvimento (Prodetur/Pará) deve seguir e respeitar, tais como: Política de Meio Ambiente e Salvaguardas, Reassentamento Involuntário, Povos Indígenas, Igualdade de Gênero no Desenvolvimento, Risco de Desastre, entre outras. “O importante é estar ciente que todo o programas financiados pelo banco exige o fiel cumprimento das suas políticas e diretrizes”, concluiu.
Prodetur - Foi criado com o plano "Brasil em Ação", com objetivo de ampliar o fluxo turístico, a taxa de permanência dos turistas e os seus gastos em todo o Brasil. O programa tem como agente financeiro intermediador o BID e ainda o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No Pará, o Prodetur abrange Belém, Marajó e Tapajós, com tempo de execução estimado em cinco anos e contendo 40 projetos que somam US$ 44 milhões, sendo 60% provenientes de recursos do BID e 40% do Governo do Estado.
Texto: Israel Pegado - Paratur
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