segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Obras literárias que receberam apoio da Setur e Paratur são apresentadas na Feira do Livro


A programação da 16ª edição da Feira Pan Amazônica do Livro, que teve início na última sexta-feira (21) e segue até o dia 30 de setembro, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, conta com a apresentação de duas importantes obras que tiveram apoio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e Companhia Paraense de Turismo (Paratur): o livro “Aritapera: Terra, Água, Mulheres & Cuias”, organizado pelos antropólogos Antonio Maria de Souza Santos e Luciana Gonçalves de Carvalho, e “A História em Quadrinhos do Círio de Nazaré”, de autoria do quadrinhista paraense Luiz Pinto, que contam com sessões especiais de autógrafos.

A Feira é o maior evento literário do Norte e Nordeste do país, idealizada e desenvolvida pelo Governo do Estado, por intermédio da Secretaria Especial de Promoção Social, uma realização da Secretaria de Estado de Cultura. O evento está aberto ao público diariamente, das 10h às 22h, tendo Portugal como país homenageado e o maestro santareno Wilson Dias da Fonseca, patrono do evento. A expectativa dos organizadores é de público recorde. São esperadas 450 mil pessoas este ano, 20 mil a mais do que na edição de 2011, que terão acesso a mais de 90 mil títulos, de 500 editoras brasileiras, presentes em 223 estandes, além de uma vasta programação cultural.

Incluso neste cronograma, no último sábado aconteceu uma sessão de autógrafos de Luiz Pinto, autor da “Revista em quadrinhos do Círio de Nazaré”. A publicação, revista, ampliada e colorida, foi impressa em 2011, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Paratur. Todo o trabalho de colorização, feito pelo próprio autor, levou quase 10 meses para ser concluído. Luiz aproveitou a nova edição para fazer ajustes em algumas páginas.

Quadrinhos - O projeto de transpor para a linguagem dos quadrinhos a história da devoção a Nossa Senhora de Nazaré, iniciada em Portugal e que chegou ao Pará há mais de dois séculos, foi um verdadeiro desafio para Luiz Pinto. A primeira edição, publicada em 1993, ano do Círio 200. O trabalho se caracteriza por ser um “quadrinho de autor”, que retrata a devoção a Nossa Senhora e o Círio e Nazaré sob a perspectiva histórica. “A História do Círio de Nazaré em Quadrinhos veio se juntar às inúmeras obras e registros feitos sobre um evento que mobiliza, a cada ano, mais de 2 milhões de pessoas. O objetivo desse trabalho é contribuir para levar essa história tão singular, que se reescreve a cada segundo domingo de outubro, a todos os leitores, especialmente às crianças e adolescentes, que podem ter nos quadrinhos uma porta aberta ao conhecimento”, destaca o Luiz Pinto.

O autor faz questão de ressaltar que a revista não é direcionada apenas à população católica ou àqueles que, mesmo professando outras religiões, se identificam com o Círio e a devoção a Maria. “Sem dúvida, é uma revista feita para levar essa história a todas as camadas da população”, enfatiza.

Trajetória - Nascido em Santarém, no oeste do Pará, terra do maestro Wilson Dias da Fonseca, o “Isoca”, patrono da XVI Feira Pan-Amazônica do Livro, Luiz Antonio de Faria Pinto, 58 anos, que assina suas criações como “Luizpê”, tem uma longa trajetória no jornalismo gráfico, como diagramador, ilustrador, chargista, caricaturista e cartunista. Integrante de uma família de jornalistas e escritores, Luiz transita com desenvoltura também pela música. Trabalhou em jornais em São Paulo (SP), Salvador (BA) e em Belém (PA). Há vários anos vem se dedicando ao trabalho em quadrinhos e ao Jornal Pessoal. O projeto em curso é a História em Quadrinhos da Cabanagem, a revolução popular que tomou conta do Pará a partir de 1835.



Outro evento que faz parte da programação é a apresentação da obra “Aritapera: Terra-Água-Mulheres & Cuias”, organizada por Antônio Maria de Souza Santos, pesquisador do Museu Paraense Emílio (MPEG) e Luciana Gonçalves de Carvalho, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA-Tapajós). O livro é resultado do mapeamento cultural do polo Tapajós que está sendo feito pela Paratur por meio do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) e mostra as tradições culturais de mulheres artesãs que trabalham com pintura e confecção de cuias, na comunidade tapajônica de Aritapera.

O livro é o primeiro volume da Coleção Mapeamento Cultural Polo Tapajós, que tem o objetivo de publicar trabalhos sobre manifestações artístico-culturais presentes nos municípios de Santarém, Belterra e Oriximiná, dentro dos objetivos do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo no Estado do Pará (PRODETUR). O enfoque principal retratado no livro é o distrito de Aritapera, situada na área de várzea do rio Amazonas, há cerca de 4 horas de barco de Santarém, que envolve o trabalho de cerca de 200 famílias, inseridas na Associação das Artesãs Ribeirinhas de Santarém (ASSARISAN ), que foi criada em 2003, com o objetivo de aprimorar a produção e a comercialização das cuias, além de valorizar os saberes e fazeres artesanais da região.

A importância da atividade começou a ser pesquisada desde 1977, por Antonio Santos, atualmente representante do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA) no PRODETUR, relata que de acordo com a própria comunidade, nos últimos 10 anos a atividade vem ganhado maior destaque, resultando na crescente valorização e divulgação, passando a ganhar novas opções de mercado. Luciana Carvalho, professora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e representante da instituição no PRODETUR, nos últimos 10 anos tem sido colaboradora e articuladora dos trabalhos de valorização do artesanato das cuias do Aritapera. Ela coordena o Programa de Extensão Patrimônio Cultural na Amazônia (PEPCA) na UFOPA.

A obra foi lançada durante a 6ª edição da Feira Internacional de Turismo da Amazônia, que aconteceu no mês de junho deste ano. Entre os textos selecionados estão trabalhos do próprio pesquisador e de recentes pesquisas desenvolvidas por alunos e colaboradores da UFOPA. A apresentação do livro ficou por conta do Secretário de Estado de Turismo, Adenauer Góes.

Associação - A região Município de Santarém ficou conhecida pela produção de cuias tingidas e ornamentadas. Constituída de um conjunto de comunidades numa área de várzea, a região do Aritapera tem participado, nos últimos dez anos, de diferentes projetos voltados para a valorização desse artesanato e das pessoas que o produzem - no caso, dezenas de mulheres que se dedicam a esse ofício passado de mãe para filha. No Centro do Aritapera, um grupo de mulheres articuladas na Associação das Artesãs Ribeirinhas de Santarém, construiu, com apoio do Ministério da Cultura e de instituições parceiras, uma bela sede que funciona como um Ponto de Cultura dotado de espaços de produção, convivência, biblioteca comunitária, recepção de visitantes, exposição e venda de cuias. A dinamização do uso desse espaço, a partir de sua divulgação em outras comunidades ribeirinhas, na cidade de Santarém e junto a diferentes públicos externos, é uma expectativa das comunidades que nele investiram e investem cotidianamente.

O livro contempla uma das metas do Governo do estado de poder transformar as riquezas culturais e naturais características da nossa região em oportunidades de retorno econômico à quem está inserido nas diversas realidades contidas neste grandioso estado. Com esta visão foi lançado em novembro de 2011 o “Ver-o-Pará”, Plano Estratégico de Turismo do Pará, que direciona os investimentos no turismo paraense almejando, até 2020, colocar o Estado como destino líder em turismo na Amazônia.

Apresentação – A obra “Aritapera: Terra-Água-Mulheres & Cuias” será apresentada pelo organizador nesta segunda-feira (24), a partir das 19h, no estande da Coordenação de Estudos Luso-Amazônicos (CELA), da Universidade Federal do Pará (UFPA).


Texto: Fabrício Coleny - Gerência de Comunicação (GEC) da Paratur

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