terça-feira, 14 de agosto de 2012

Artesãs de Aritapera recebem livro do Prodetur que retrata suas histórias e tradições



 

Depois de ter sido lançado previamente em junho no encerramento da VI Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA) deste ano, o livro Aritapera: Terra, Água, Mulheres & Cuias terá seu lançamento oficial nesta quarta-feira, dia 15, na própria comunidade de Aritapera, em Santarém, região turística do Tapajós.
O evento acontecerá no Ponto de Cultura da comunidade de Aritapera onde foi desenvolvida uma pesquisa que deu origem ao livro,  organizado pelos antropólogos  Antonio Maria de Souza Santos e Luciana Gonçalves de Carvalho e que faz parte do primeiro volume da coleção Mapeamento Cultural da Região do Tapajós, desenvolvido pela Companhia Paraense de Turismo (Paratur) e pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur), através do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur),  em parceria com o Museu Emílio Goeldi e  Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
“Este livro trata-se de um registro precioso do trabalho das mulheres de Aritapera. Nos últimos 10 anos a atividade tem se dinamizado e vai se tornando conhecida em todo o Brasil e outros países. O livro é uma preciosidade, uma verdadeira relíquia”, relatou Antonio Maria de Sousa, antropólogo responsável pela obra, que historia e analisa profundamente a tradição das mulheres de Aritapera que expressam a cultura tapajônica por meio  da pintura em cuias.
“Aritapera: Terra, água, mulheres e cuias” fala da importância das cuias dentro do universo amazônico e de que forma elas estão inseridas no cotidiano das comunidades ribeirinhas. A pesquisa começou em 1977, por Antonio Maria Santos.  Ele relata que de acordo com a própria comunidade, nos últimos 10 anos, a atividade vem ganhando maior destaque, resultando na crescente valorização e divulgação, passando a garantir novas opções de mercado.
Os textos tratam do artesanato de cuias em diferentes aspectos (modos de fazer, iconografia, importância econômica, cartografia), de histórias de vida de artesãs, da criação da marca coletiva adotada por um grupo de produtoras e de algumas experiências de intervenção e organização da produção e da comercialização das cuias do Aritapera.  Entre os textos selecionados estão trabalhos do próprio pesquisador e de recentes pesquisas desenvolvidas por alunos e colaboradores da UFOPA, orientados por ele e pela professora Luciana Carvalho. A antropóloga que é professora da UFOPA conta que nos últimos 10 anos tem sido colaboradora e articuladora dos trabalhos de valorização do artesanato das cuias do Aritapera. Ela coordena o Programa de Extensão Patrimônio Cultural na Amazônia (PEPCA) na UFOPA. “A pesquisa é importante não só pela produção e difusão de conhecimentos, mas também pelo potencial de criação de novas alternativas socioeconômicas para as comunidades”, afirma.
Associação – Márcia Bastos, coordenadora do Prodeur Pará junto à Setur/Paratur, conta que a região do Tapajós, em especial o município de Santarém, ficou conhecida pela produção de cuias tingidas e ornamentadas. Constituída de um conjunto de comunidades numa área de várzea, a região do Aritapera tem participado, nos últimos dez anos, de diferentes projetos voltados para a valorização desse artesanato e das pessoas que o produzem - no caso, dezenas de mulheres que se dedicam a esse ofício passado de mãe para filha.
No Centro do Aritapera, um grupo de mulheres articuladas na Associação das Artesãs Ribeirinhas de Santarém, construiu, com apoio do Ministério da Cultura e de instituições parceiras, uma bela sede que funciona como um Ponto de Cultura dotado de espaços de produção, convivência, biblioteca comunitária, recepção de visitantes, exposição e venda de cuias.  Adinamização do uso desse espaço, a partir de sua divulgação em outras comunidades ribeirinhas, na cidade de Santarém e junto a diferentes públicos externos, é uma expectativa das comunidades que nele investiram e investem cotidianamente. Nesse sentido, o trabalho proposto pela Paratur e pelo Museu Goeldi, de inclusão do Aritapera em seu roteiro de pesquisa e divulgação turística, atende a anseios das comunidades no que diz respeito à valorização de seus modos de fazer tradicionais.
Adenauer Góes, titular da Setur, informa que além do Tapajós, onde os municípios de Belterra e Oriximiná estão inseridos nas ações do Prodetur, o Mapeamento Cultural também envolve as regiões turísticas de Belém e do Marajó. Ele adianta que até o final deste ano o Pará deve receber US$ 44 milhões oriundos de financiamento pleiteado pelo Governo do Estado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a serem investidos no turismo.
Para Socorro Costa, presidente da Paratur, não só o livro mas outras iniciativas que valorizam o turismo paraense a partir da cultura, natureza, dos recursos de sol, praia, eventos e negócios trazem subsídios para que, com diretrizes do Plano Ver-o-Pará, a Paratur possa fortalecer suas ações de divulgação, promoção e marketing do Pará a partir do slogan “A obra-prima da Amazônia”.
Texto: Benigna Soares e Wanderson Curcino - GEC PARATUR

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