sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Museu de Belém (PA) tem acervo dedicado ao Círio de Nazaré

Por: Eduardo Vessoni 
Foto: Eduardo Vessoni
Ainda de madrugada, os primeiros promesseiros vão chegando ao redor da corda e da berlinda, como é chamado o andor que transporta a imagem de Nossa Senhora de Nazaré; romeiros esperançosos amarram pedidos em fitinhas coloridas, no portão da Basílica; e, ao longo do dia, a capital do Pará vê fiéis se arrastarem, sem pressa, pelas ruas da cidade.

Declarada Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial pelo Iphan, a romaria do Círio de Nazaré acontece, anualmente, em Belém, em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do Pará.

Vista do interior do museu Memória de Nazaré, em Belém,
capital do Pará. (Foto: Eduardo Vessoni)
Juntar-se ao cordão humano de 2 milhões de pessoas que se encontram, no segundo domingo de outubro, não é tarefa para os fracos, mas a cidade abriga, durante o resto do ano, um pequeno museu dedicado a essa que é considerada uma das maiores romarias do mundo (uma espécie de “pororoca humana”, como definiu o escritor paraibano Eidorfe Moreira).

A Rainha da Amazônia, como é conhecida essa figura religiosa, é homenageada com uma exposição permanente que conta a história da fé e devoção desse evento que acontece, há mais de 220 anos.

Fotos e objetos para promessas fazem parte do acervo do museu
 Memória de Nazaré, em Belém, capital do Pará.
 (Foto: Eduardo Vissoni)
O acervo discreto é formado por cartazes de edições anteriores da romaria, fotografias, promessas de devotos como as tradicionais casinhas e barcos com pedidos, e outros ícones da procissão como a corda do Círio, peças que imitam partes do corpo de romeiros que tiveram pedidos atendidos e uma coleção de mantos originais utilizados pela Imagem Peregrina.

Sobre o Círio de Nazaré

Considerado uma das maiores procissões católicas do Brasil e do mundo, o Círio de Nazaré acontece em Belém, no segundo domingo de outubro.

Diz a crença que a peregrinação começou no século 18, quando Plácido José de Souza teria encontrado uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, às margens do igarapé Murutucú, onde se encontra, atualmente, a Basílica Santuário de Nazaré.

E a cada vez que o caboclo levava o achado para a sua casa, a imagem voltava para o local de origem.

Romaria do Círio de Nazaré. (Foto: Círio de Nazaré/Divulgação)
No local do achado, Plácido construiu uma pequena capela e, em 1793, aconteceria o primeiro Círio.

Tradicionalmente, a imagem sai da Catedral de Belém e segue até a Basílica Santuário de Nazaré, uma emocionante romaria que já chegou a durar 9 horas.

Na noite do sábado anterior ao Círio, considerado uma espécie de Natal fora de época dos paraenses, acontece a trasladação, no sentido contrário (Basílica Nossa Senhora de Nazaré – Catedral da Sé).

E se a fé ainda não move montanhas, pelo menos arrasta milhões de romeiros, na capital do Pará.

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