Raridade nas telas brasileiras, uma produção cinematográfica da Islândia ganha um representante de peso em “Sobrevivente”, de Baltasar Kormákur, indicado ao Oscar de filme estrangeiro no ano passado. O filme estreia no dia 14 de janeiro (quarta-feira), com sessões às 18h e 20h30, abrindo a temporada 2015 do Cine Estação.
O longa é inspirado na história real de sobrevivência ocorrida em 1984: um pescador chamado Gulli (Olafur Olafsson) se vê à deriva nas gélidas águas do Atlântico Norte depois que o pesqueiro onde trabalhava naufraga. Seus amigos sucumbem rápido ao frio, mas ele inexplicavelmente consegue nadar por seis horas. Ele segue em frente e lembra trechos de sua vida ao lado daqueles que deixou para trás. Sua sobrevivência parece improvável, até que avista as escarpas de uma ilha.
Gulli tem de enfrentar a dor pela perda dos amigos e o assédio da imprensa por conta de sua incrível história de sobrevivência. Alvo da curiosidade de médicos e especialistas, que querem entender como poderia ter subsistido em condições tão severas, é convencido a ir para a capital Reykjavík passar por uma bateria de exames que vão tentar achar respostas científicas para seu feito extraordinário.
A situação que se produz a partir desta estranheza, que leva pessoas diferentes a considerar Gulli mentiroso, ou então milagroso, um quase super-homem; cria outra linha de interesse na trama desenvolvida pelo diretor Baltasar Kormákur.
Gulli é um solitário. Vive com os pais e passa as noites no bar com os amigos, com quem trabalha num barco de pesca. A rotina de todos não passa muito de trabalhar, beber, eventualmente brigar ou separar uma briga, como faz o pacífico e robusto pescador de vez em quando. À moça de seus sonhos ele só tem coragem de dirigir um tímido olhar de longe.
No barco, cada um sabe o que fazer. Alguns dormem, ou assistem vídeos (estamos nos anos 1980), enquanto outros cuidam do leme e das máquinas. Até a hora em que um cabo fica preso numa rocha sob o mar e eles não conseguem resolver o problema por conta de uma polia enferrujada. O barco vira, lançando os tripulantes ao mar gelado.
“Sobrevivente” retrata esta situação angustiante, sem comunicação, sob um vento de 3 e água a 5 de graus negativos. A ausência de barcos de socorro por perto sinaliza a urgência de se lançar ao mar, torcendo para escolher a direção certa da terra firme.
Exibido nos Festivais de Toronto e Mar Del Plata, “Sobrevivente” recebeu 11 prêmios no Edda Awards, importante festival da Islândia, entre eles o prêmio de melhor filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário