quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Festival de Ópera do Theatro da Paz se rende à George Gershwin

O XIII Festival de Ópera do Theatro da Paz, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) segue sua programação com homenagens ao compositor norte-americano George Gershwin, responsável por introduzir o jazz às obras sinfônicas. Para quem gosta do gênero musical, serão apresentados nesta sexta-feira (22) e sábado (23), às 20h, o ballet “Um Americano em Paris”, com direção coreográfica de Kika Sampaio, e a ópera “Blue Monday”, dirigida por Glaucivan Gurgel. Os ingressos, porém, já acabaram.

Além disso, o público também irá contemplar a execução de “Abertura Cubana”, peça para orquestra, composta em 1932, depois de uma estada de Gershwin em Havana. A peça foi concebida originalmente para piano, com o título Rumba, mas a descoberta dos instrumentos de percussão cubanos fez com que Gershwin refizesse a partitura. O compositor explora de tal forma os efeitos sonoros de instrumentos do folclore cubano - principalmente maracas e bongôs -, que seu estilo chega a ficar irreconhecível.

No encerramento da noite, também serão apresentadas diversas canções do compositor, incluindo a famosa “Summertime”, canção que tem milhares de versões mundo afora. Tudo isso acompanhado pela Orquestra Jovem Vale Música, com regência de seu titular, o maestro Miguel Campos Neto.

Um Americano em Paris – Noite dedicada também à dança

O compositor, que também morou em Paris, estudou composição com Nadia Boulanger e outros professores, como Maurice Ravel, que acabaram por se recusar a dar-lhe aulas, receosos de que estes estudos rigorosos influenciassem o seu estilo, marcado pelo jazz. Foi neste momento que George Gershwin escreveu “An American in Paris”, trabalho que recebeu diversas críticas negativas em sua primeira performance, no Carnegie Hall em 13 de dezembro de 1928. Mas tornou-se rapidamente parte do repertório de standards na Europa e nos Estados Unidos. Gershwin, porém, achou a cena musical em Paris arrogante e voltou para a América.

A obra inspirou outro norte-americano, o cineasta Vicente Minneli, considerado um dos criadores do moderno musical no cinema. Na película de mesmo nome, um soldado americano resolve ficar em Paris para seguir a sua vocação de pintor, no final da Segunda Guerra Mundial. O filme segue as suas aventuras com dois amigos (um cantor popular e um pianista) e a sua paixão por uma jovem bailarina. O maravilhoso bailado final, segundo a música de George Gershwin, tem coreografia de Gene Kelly.

Para fazer a direção coreográfica de “Um Americano em Paris” no XIII Festival de Ópera do Theatro da Paz, foi convidada a paulista Kika Sampaio, professora, coreógrafa e diretora do Kika Tap Center, escola pioneira no Brasil especializada em sapateado americano há mais de 30 anos. Em cena estarão oito bailarinos da Cia Ana Unger, que interpretarão os parisienses, e um casal de sapateadores paulistas, trazidos por Kika, Tutu Morasi (bailarino), que faz o Americano, e Bárbara Guerra, a bailarina solista, que também faz a assistência de coreografia.

“Já conhecia Belém. Estive aqui para um festival de dança há alguns anos, e agora convidada pelo festival de ópera para este desafio. É a primeira vez que coreografo esta obra, por isso fui me inspirar no filme, de onde vem a opção em utilizar além do ballet, o sapateado, que está presente no espetáculo”, explica a coreógrafa.
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