A Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil está organizando a
realização da Expedição Pedro Teixeira na região amazônica, em homenagem ao
explorador, sertanista e militar português, que percorreu o Rio Amazonas,
consolidando o território brasileiro sob domínio da Coroa Portuguesa, como
Belém e Santarém. O secretário de Estado de Turismo, Adenauer Góes, recebeu na semana passada a
visita do presidente de honra da federação, Antônio Bacelar Carrelhas, para
tratar e debater aspectos históricos, culturais e econômicos da viagem.
Ao percorrer diversas cidades, os membros da
expedição farão a entrega de cartilhas escolares, apresentação de palestras e
exibição de vídeo sobre Pedro Teixeira e a história da Amazônia, contando
também com a exposição itinerante de painéis Construção Territorial do Brasil e
a produção de um livro escrito por importantes literatos portugueses, como
Jorge Couto.
De acordo com Antônio Carrelhas, para quem
Pedro Teixeira foi um “bandeirante fluvial”, a expedição deve passar por dez ou
doze cidades paraenses de nome homônimos às cidades portuguesas como, Santarém,
Almeirim, Óbidos, Faro, entre outras, a chamada Amazônia Lusitana. “Tenho
certeza que se montarmos um percurso de viagem por esses municípios, teremos
grande sucesso”, ressalta o presidente da federação.
Adenauer Góes explicou que a constituição do
produto turístico "Amazônia Lusitana” é um trabalho de muitos anos, que
precede a existência da própria Setur, criada em 2011. “É preciso dar a
concepção da história e da cultura e é possível fazer negócios, ganhar
dinheiro, gerar emprego, renda e melhorar a vida das pessoas. Tudo isto passa
pela compreensão empresarial e formação de uma rede de prestação de serviços
que dê viés econômico para a atividade turística”, enfatiza o titular da Setur.
Desbravador - No começo do século XIX, a Coroa
Portuguesa determinou o envio de uma expedição à foz do rio
Amazonas, com vistas a consolidar a sua posse sobre a região. Foi enviada uma
expedição de três embarcações, sob o comando de Francisco Caldeira Castelo
Branco. Nela seguiu o então alferes Pedro Teixeira. No dia 12 de
janeiro de 1616, as embarcações ancoraram na baía de Guajará, onde
foi fundado o Forte do Presépio, núcleo da atual cidade de Belém,
capital do Pará.
Em 1625 lutou contra os holandeses
que estavam em um forte no rio Xingu e os ingleses ao longo
da margem esquerda do rio Amazonas. Em 1626, subiu o rio
Tapajós. Em 1637, chefiou uma expedição partindo do Maranhão, com 45
canoas, setenta soldados e mil e duzentos flecheiros e remadores indígenas
subindo o curso do rio Amazonas, buscando confirmar a comunicação entre
o oceano Atlântico e o Peru, rota percorrida no século anterior
por Francisco de Orellana. Seu destino final foi Quito,
no Equador. Como reconhecimento por sua extensa lista de serviços prestados
na conquista da Amazônia brasileira, foi agraciado com o cargo
de capitão-mor da Capitania do Grão-Pará. Tomou posse em
fevereiro de 1640, mas a sua gestão foi curta, tendo durado apenas até
maio de 1641, pois ele faleceu em julho daquele ano.
Texto: Israel Pegado - Setur Pará
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