As equipes do Curro Velho estão dando os
toques finais nas alegorias
e adereços da escola de samba mirim do bairro do Telégrafo |
Faltando apenas nove dias para o desfile das Crias do Curro
Velho, os artistas plásticos, artesãos e profissionais de arte correm contra o
tempo para levar um espetáculo de cores, leveza e o brilho das alegorias e
adereços da escola de samba mirim às ruas do bairro do Telégrafo. “O desfile é
um exercício de educação dentro do tema Carnaval”. É assim que o profissional
em artes, David Matos, classifica o carnaval da Fundação Curro Velho, realizado
há 22 anos na capital paraense. David é um dos facilitadores na produção dos
adereços das Crias. Para ele, a conscientização ambiental está em todos os
processos de concepção e construção do Carnaval da fundação.
“Hoje nós vemos muito discurso sobre reciclagem,
sustentabilidade, reaproveitamento. Um discurso escrito e falado, mas eu acho
que há pouquíssimos exemplos na prática, um exercício onde você visualize
isso”, comenta. Todos os envolvidos no processo de confecção de alegorias e
adereços são ex-alunas, instrutores e voluntários. Pessoas que fazem um
trabalho de educação ambiental e, consequentemente, induzem a população a ter
um olhar diferente após entrar em contato com o carnaval das Crias, explicou o
instrutor de alegorias.
David Matos ressalta a proposta pedagógica da instituição
que, durante o desfile, tem a preocupação de distribuir água para as crianças e
ainda tem uma equipe para recolher os copos usados. Esse material ao final é
reaproveitado em oficinas. “O carnaval das Crias do Curro Velho é diferente no
processo de construção e no desdobramento que vem depois do Carnaval. É único”,
comemora David Matos.
Uma das “Crias” que está na equipe de alegorias e adereços é
Tatiana de Holanda, 33 anos, que quando era criança saiu desfilando no carnaval
da Fundação Curro Velho. “Eu sempre gosto de fazer alegorias e participo do
processo de produção aqui no barracão”, comenta. São mais de 400 adereços que
serão utilizados durante o desfile das Crias do Curro Velho, marcado para o dia
22 de fevereiro.
Aline Chaves, artista plástica e instrutora de adereços,
comenta sobre a produção dos elementos carnavalescos e explica que os adereços
são feitos a partir das sucatas plásticas coloridas, como vasilhames de
shampoo, hidratante ou utensílios domésticos. “Não utilizamos tintas como
acabamento final. A própria cor do material plástico é usada na produção das
alegorias”, explica Aline Chaves.
A instrutora começou como aluna da Fundação Curro Velho na
década de 90 e hoje, a artista plástica, trabalha com a pesquisa que envolve o
papel e a sucata plástica dentro do teatro de formas animadas. Nos adereços da
escola de samba mirim o público irá encontrar personagens como o Menino
Maluquinho, médicos, patinadoras, jogadores, teatro, dança entre outros. O
desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Crias do Curro Velho será no
último sábado de fevereiro, 22, a partir das 9h, com saída da Praça Brasil, em
direção à sede da Fundação Curro Velho. O evento é uma realização do Governo do
Pará, Secretária Especial de Promoção Social e Fundação Curro Velho.
Fonte: Agência Pará
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