quinta-feira, 16 de maio de 2013

Arte rupestre de Monte Alegre inspira coleção de joias


A coleção foi inspirada nas formas seculares da arte rupestre do município de Monte Alegre, no oeste do Pará
Foto: ASCOM-São José Liberto
  As formas seculares da arte rupestre característica do município de Monte Alegre, no oeste do Pará, serviram de inspiração para a designer Lídia Abrahim criar sua nova coleção de joias, denominada “Vestígios Singulares”, que será lançada nesta quinta-feira (16), às 19 horas, no Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, durante a abertura da exposição “Visões: Arte Rupestre em Monte Alegre”. A realização é do Museu Emílio Goeldi em parceria com a Sociedade de Arqueologia Brasileira e Arqueologia de Monte Alegre. A exposição pode ser visitada até 30 de setembro, com entrada franca.

No evento também serão expostas pinturas e gravuras rupestres de Monte Alegre, 15 aquarelas de autoria do arquiteto e aquarelista Mario Baratta, e exibido o vídeo-documentário Imagens de Gurupatuba, dirigido pelo cineasta Fernando Segtowick. A exposição “Visões” apresenta quatro olhares sobre um mesmo tema, a arte rupestre de Monte Alegre. São os olhares de Mario Baratta, Fernando Segtowick, do poeta Juraci Siqueira e da arqueóloga Edithe Pereira.

A coleção de joias de Lídia Abrahim foi inspirada no livro "Arte Rupestre em Monte Alegre", de Edithe Pereira, que trabalha na região desde 1989. O livro também será lançado durante o evento.

A arqueóloga convidou, para participar do evento, o Coletivo Criar Amazônia, que trabalha conceitos de economia criativa, enfatizando a cultura amazônica e a sustentabilidade. O Coletivo é formado por quatro marcas paraenses: Yemara Acessórios, de joias; Da Tribu Acessórios, de acessórios e objetos decorativos; Arte Papa Xibé, de camisetas e objetos utilitários, e Arte Artesanal, que produz camisetas, acessórios e objetos utilitários.

Além da Yemara Acessórios, de propriedade de Lídia Abrahim, os desenhos catalogados no livro serviram de mote para a criação de todas as marcas do Coletivo Criar Amazônia. “Ela nos presenteou com o livro, um mês antes de ser lançado, para realizarmos nossas pesquisas e, assim, fundamentarmos nossas coleções”, contou Lídia Abrahim.

Os lançamentos das coleções e do livro integram a programação do “Arte Rupestre de Monte Alegre – Difusão e Memória do Patrimônio Arqueológico”, projeto desenvolvido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi em Monte Alegre, e que agora chega a Belém. Com a proposta de difundir o patrimônio arqueológico do município do Baixo Amazonas foram produzidos dois livros, um vídeo-documentário, um hot site, uma exposição, 15 aquarelas e um número especial do informativo do Museu Goeldi, o Destaque Amazônia. No local, o grupo Coletivo Criar Amazônia, a Cerâmica Mestre Cardoso e Mario Baratta terão uma loja, para comercialização de seus produtos.

Inspiração - A arte rupestre tem um significado especial para a designer Lídia Abrahim, pois é um temas pesquisados para o desenvolvimento de suas primeiras coleções de joias. Segundo ela, que diz ter “enorme paixão por esse tema”, a arte rupestre é uma das referências mais importantes da demarcação de origem amazônica. A arte rupestre é recorrente em coleções que a designer desenhou para mais de 10 empresas do Polo Joalheiro do Pará onde, desde 2005, faz parte do Programa de Desenvolvimento do Setor de Joias e Metais Preciosos, financiado pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e gerenciado pelo Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama).

A designer paraense Lídia Abrahim,
que tem seu trabalho reconhecido internacionalmente,
lança coleção de joias no Museu Emílio Goeldi


Para este evento, Lídia Abrahim criou joias inspiradas em figuras antropomorfas (com formas humanas) e zoomorfas (forma de animais) catalogadas no livro de Edithe Pereira, a partir das pinturas e gravuras dos sítios arqueológicos de Monte Alegre.

“O título da coleção, ‘Vestígios Singulares’, remete à ideia de traços únicos deixados por povos que habitaram a região amazônica. São os primeiros vestígios do homem nessas terras, que se tem certeza pela comprovação através das pesquisas arqueológicas”, explicou a designer.

De acordo com Lídia Abrahim, as joias e os acessórios são exclusivos e produzidos em Belém, de forma artesanal, em pequenas quantidades. As peças podem ser criadas de duas formas: por meio de pesquisas que dão suporte aos desenhos criados ou pela produção direta e autoral.

Trajetória – A designer paraense Lídia Mara Pereira Abrahim é graduada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) e atua, desde 2002, com desenvolvimento de produtos, tendo como especialidade a criação de joias e peças artesanais sustentáveis. Ao ingressar no Programa Polo Joalheiro do Pará, ela deu continuidade a este trabalho. A partir de 2006, também começou a trabalhar como consultora em Inovação e Desenvolvimento Territorial, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae).

Seu trabalho tem recebido reconhecimento dentro e fora do Pará, em feiras, desfiles e exposições com produtos criados e produzidos por sua marca e por empresas que a contratam para desenvolver projetos. Sua criatividade como designer de joias a destacou em diversos concursos da área, como o Anglogold Ashanti AuDITIONS, o mais importante concurso de joias em ouro do planeta, e o Prêmio ICA (Internacional Colored Gemstone Association) de Design de Joias, com a chancela do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM).

Com o anel “Prece”, joia que retrata a religiosidade e o poder da fé na transformação humana, Lídia representou o Pará no AngloGold Ashanti AuDITIONS Brasil 2010. A premiação marcou a entrada da designer paraense no seleto grupo dos profissionais de criação do setor joalheiro nacional. Como uma das 20 designers premiadas, e única representante da Região Norte, sua joia foi exposta em cinco capitais brasileiras, e em outros países.

Sustentabilidade - Com a proposta de oferecer ao público produtos diferenciados criados por Lídia Abrahim, a marca Yemara Acessórios surgiu em 2007. Segundo ela, a marca tem como característica a criação e a experimentação em acessórios, além da sustentabilidade.

Segundo ela, os produtos podem expressar a cultura local, pelas referências e os materiais amazônicos, e também podem comunicar a universalidade, representada no uso de materiais descartados.

Entre os trabalhos marcantes da Yemara destacam-se o desfile realizado no Mercado de Moda, em 2009, promoção do Coletivo Caixa de Criadores, com o lançamento da coleção “Nas Profundezas do Mar” e, em 2010, na exposição de produtos ocorrida durante a II Bienal Brasileira de Design, na qual mostrou a linha de brincos “Fascínio”.

Serviço: O lançamento da coleção de joias “Vestígios Singulares”, da designer Lídia Abrahim, durante a abertura da exposição “Visões: Arte Rupestre em Monte Alegre”. Nesta quinta-feira (16), no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (Avenida Magalhães Barata, 736, bairro de São Braz), no Pavilhão Domingos Soares Ferreira Pena (Rocinha). A realização é do Museu Goeldi em parceria com arqueologia de Monte Alegre. Visitação até 30 de setembro, com entrada é franca.


Texto: Luciane Barros - São José Liberto

Um comentário:

  1. ISSO É MUITO BOM PARA O NOSSO ESTADO, UMA DIVULGAÇÃO DO NOSSO PARÁ, ARTES RUPESTRES DE MONTE ALEGRE NO BAIXO AMAZONAS, MUITO BOM MESMO.

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