A gastronomia paraense vem se consolidando cada vez mais no mundo como uma referência de riqueza amazônica, tendo o Pará como representante maior nesse sentido. Visando fortalecer ainda mais esse importante segmento turístico o presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), Adenauer Góes, recebeu nesta segunda-feira, dia 9, mais um grupo de profissionais ligados à Universidade do Vale do Itajaí (Univali), originária de Santa Catarina, voltados ao estudo da gastronomia paraense. Intitulado Expedição à Amazônia Sabor Selvagem, o grupo é formado por chef´s de cozinha, professores de gastronomia e de turismo, documentarista, entre outros e é coordenado em Belém pelo chef paraense Ofir Oliveira.
A passagem do grupo por Belém é marcada por uma série de articulações com a Paratur, através da Diretoria de Fomento e presidência, visando valorizar mais a gastronomia como produto turístico, mas também como atrativo cultural e de expressão de costumes e identidade de comunidades.
“O Plano Estratégico de Turismo do Pará, lançado no final do ano e que já começamos a implementar, aponta a gastronomia como um forte segmento a ser trabalhado visando o incremento do turismo. Reconhecemos neste segmento muitos produtos e esta parceria com a Expedição á Amazônia Sabor Selvagem é uma entre muitas iniciativas que apoiamos no sentido desse fortalecimento”.Diz Adenauer Góes, presidente da Paratur. “Nossos insumos mais trabalhados são natureza e cultura. O Pará detém50% dos atrativos culturais da Pan Amazônia. A gastronomia paraense é reconhecida nacionalmente e internacionalmente como genuinamente regional. À medida que o Pará compreende o turismo como negócio, as coisas vão se desenvolvendo”. Complementou Adenauer.
Liliane Obando, Diretora de Fomento da Parattur, explicou ao grupo que hoje a Paratur está identificando novos produtos e que na gastronomia alguns estão sendo localizados a partir do conceito turismo comunitário, e de produção associada ao turismo, atribuído pelo Ministério do Turismo (MTUR), que visa agregar valor aquilo que já é do cotidiano das comunidades. Um exemplo nesse sentido são as comidas típicas vinculadas à manifestações culturais, como o arroz marapaniense, que se destaca no festival de carimbo de Marapanim, o pão caseiro tradicional da ilha de algodoal, que já não é feito tradicionalmente em outras regiões.
O chef Ofir Oliveira explica que o projeto Expedição à Amazônia Sabor Selvagem foi criado há cinco anos e mantém essa parceria com Santa Catarina, por meio da Univali, tendo em vista um trabalho de cooperação mútua que ele, como professor de gastronomia naquele Estado, vem desenvolvendo. Para Ofir o mais importante no projeto é permitir que a cultura da Amazônia, que a gastronomia do Pará, possa sair das fronteiras regionais e conquistar o merecido espaço no cenário nacional e internacional, com isso trazendo benefícios às comunidades locais, rendendo objeto de pesquisa aqueles que visitam a região.
Leila da Costa, ligada ao grupo de mestrado da Univale que integra a expedição lembrou que mais do que apresentar a gastronomia ao público externo é preciso fazer com que a comunidade local reconheça a importância e o valor desse segmento e se veja no processo de transformação, manutenção e multiplicação de saberes sobre o tema. “Essa é uma forma de valorizar mais o que é da terra”. Diz Leila, ao explicar que é mais caro comprar produtos gastronômicos da Amazônia em Santa Catarina do que da China, prova de que há um valor agregado muito grande nessa matéria prima, que precisa ser melhor aproveitada no mercado.
A última visita à Paratur de profissionais trazidos na expedição aconteceu no mês de julho. Na ocasião o grupo, com apoio da Paratur, além de Belém, incluiu também o pólo Marajó. Em todas as expedições os participantes conhecem os principais pontos turísticos da cidade.
Texto: Benigna Soares – Paratur
Nenhum comentário:
Postar um comentário