terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Belém, a Cidade das Mangueiras



Belém e sua origem, história e riqueza, é um lugar inesquecível para qualquer turista. A capital paraense é dona de uma diversidade pouco vista em outros destinos. Alguns dos muitos lugares mais bonitos para se visitar em Belém são os que remontam à origem e história da cidade. O complexo Feliz Lusitânia abriga um conjunto arquitetônico dos séculos XVII e XVIII, revitalizado e restaurado pelo poder público, no qual o estilo arquitetônico neoclássico do italiano Antonio Landi marca presença. É um lugar para se sentir a história bem viva e presente. Algumas opções são o Forte do Presépio, o complexo da belíssima igreja de Santo Alexandre, a Catedral Metropolitana da Sé e a Casa das Onze Janelas. Neste conjunto também funciona o Museu de Arte Sacra, considerado um dos mais belos do Brasil, além de dois outros museus menores, onde estão expostos os acervos históricos e arqueológicos sobre a fundação de Belém.

Atravessando a recém revitalizada praça Dom Pedro II, o turista pode visitar dois clássicos palácios de governo. Um deles é o Palácio Antônio Lemos, de arquitetura oitocentista, onde está localizada a Prefeitura de Belém. No interior do prédio também funciona o Museu de Artes de Belém (Mabe), reduto de obras de artistas locais. Do outro lado, o setecentista Palácio Lauro Sodré, que abrigou por muitos anos a sede do governo estadual e que hoje abriga o Museu do Estado, com um rico e variado acervo de artes plásticas.

A poucos metros, descendo a avenida 16 de novembro no sentido contrário ao trânsito, o turista chega a uma das mais antigas, pitorescas e alegres feiras brasileiras: o Ver-o-Peso. Uma amostra da diversidade amazônica, a feira é um dos melhores lugares para se entrar em contato com a rica gastronomia paraense, experimentar o sabor de um prato de peixe fresco preparado na hora e sentir o aroma e a delícia das frutas regionais. Quem for a Belém não pode deixar de provar o famoso açaí e levar para casa as peças artesanais típicas da região, como as cerâmicas de traços indígenas, as bijuterias de contas, as cuias pintadas, as lixas de unhas feitas de escamas de pirarucu e decoradas à mão, os bichos e guirlandas de patchuli e os brinquedos de miriti.

Para quem deseja uma boa comida, o caminho é a Estação das Docas. Ao lado do Ver-o-Peso, é um complexo de lazer à margem do rio, com mais de dez restaurantes que oferecem a melhor cozinha internacional e regional.

Depois de uma rápida caminhada pela avenida Presidente Vargas chega-se à Praça da República, onde se encontra a maior feira aberta de artesanato do norte e nordeste, realizada aos domingos. A praça é local de passeios para famílias, casais e amigos, onde se pode ver a beleza dos monumentos em bronzes clássicos. É também na Praça da República, que está situado o Teatro da Paz. Construído na fase áurea da borracha, é um dos mais belos teatros do Brasil.

Do teatro se pode avistar o cinema Olympia, o mais antigo em atividade no Brasil com seus 95 anos de história. Atualmente, a sala de exibição foi arrendada pela prefeitura e a entrada é franca para os amantes da sétima arte ao longo da tarde. Bem próxima do cinema, inicia a avenida Nazaré, corredor da procissão que muda a vida dos paraenses a cada segundo domingo de outubro: o Círio de Nazaré. Percorrendo a avenida se chega até o Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN), onde se localiza a Basílica Santuário de Nazaré, uma réplica em menor escala de uma catedral romana. A casa da padroeira dos paraenses, Nossa Senhora de Nazaré, é um deslumbramento de mármores e ouro.

O Círio de Nazaré ocorre há mais de 300 anos e atrai turistas de todo o Brasil. Cerca de 45 dias antes da grande procissão, iniciam as orações em homenagem à Virgem em residências, empresas e repartições públicas. Véspera da procissão, no sábado pela manhã, centenas de barcos colorem as águas da baía do Guajará durante a Romaria Fluvial. À noite, a Trasladação reúne milhares de fiéis. Mas, é no domingo que o Círio de Nazaré atinge o seu momento de maior emoção. Nas ruas da capital paraense mais de um milhão de pessoas participam da romaria, ao longo do percurso de 4,5 quilômetros, que vai da Catedral da Sé até a Praça Santuário no CAN, onde a imagem da Nossa Senhora de Nazaré é venerada pelos fiéis durante 15 dias. A devoção dos romeiros a Santa contagia todos os presentes numa grande corrente de fé e energia positiva.

Quem for a Belém não pode deixar de visitar o Parque da Residência, antiga morada dos governadores. Lá funciona um orquidário totalmente amazônico. No vagão de trem utilizado em outras épocas pelas maiores autoridades do Pará, se pode deliciar dos sorvetes de frutas regionais. O espaço ainda contempla um restaurante e anfiteatro.

Ainda no âmbito histórico, não se pode deixar de conhecer o Palacete Bolonha. Construído pelo o arquiteto apaixonado, Francisco Bolonha, é uma obra-prima de requinte e detalhes. Ao lado, no Memorial dos Povos, o turista pode conhecer um pouco da história dos imigrantes no Pará. Outra boa pedida é o São José Liberto e seu Museu de Gemas. Lá, o visitante contempla uma vasta coleção de pedras preciosas e semi-preciosas produzidas no Pará, além de jóias que misturam marfim vegetal e madeiras nobres a topázios e cristais.

Para quem quiser sentir um pouco dos ares da imensidão da floresta amazônica, as opções são variadas. Uma delas é o Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, onde se preserva um pedaço de floresta, encravado no coração da cidade. O local oferece uma série de atrações como passeios de canoas, caminhada pelas trilhas, além de toda a exuberância das árvores gigantescas.

Outro ponto singular é o Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi. No local, cutias, brincam livremente, preguiças descansam no alto de árvores seculares, diversos peixes ornamentais, onças, panteras, macacos, pássaros raros, como a arara azul, jacarés e toda singularidade da fauna amazônica estão ali. Também é possível ver as exposições de arqueologia e antropologia do maior acervo brasileiro de objetos indígenas, que funcionam numa construção do século XIX dentro do museu.

Se preferir, o turista pode ir ao Mangal das Garças. O ambiente, erguido em plena várzea, inclui dezenas de pássaros aquáticos, as garças são as estrelas do local, e um borboletário. Dentre as atividades, o visitante pode subir no mirante para presenciar a imensidão dos rios amazônicos e visitar a loja de artigos regionais. No local também funciona um restaurante.

Caso o interesse seja o ecoturismo, então vale a pena conhecer o Bioparque Amazônia – Crocodilo Safari, localizado a uns 15 quilômetros do centro de Belém, no bairro do Tenoné. É um retrato da paisagem amazônica. A fauna e flora exuberantes hipnotizam o visitante, que tem à sua disposição cerca de 13 quilômetros de trilhas, em uma área composta de quatro ecossistemas interligados, dispostos em 80 hectares.

Enfim, passear por Belém é viajar no tempo e se encontrar com o novo, com o inusitado. É ter a chance de saborear o diferente. Mais do que estar vivendo próximo ao meio ambiente, é ser parte dele. A Cidade das Mangueiras agradece a visita.

Texto: Israel Pegado – Assessoria de Imprensa da Paratur

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