sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Círio & Turismo: oportunidade para conhecer o Pará - Obra-prima da Amazônia



Começa mais um Círio em Belém, capital do Pará – A obra-Prima da Amazônia. No coração dos paraenses um profundo sentimento de que  chegou o Natal. Sentimento este que traduz um ano inteiro de alegrias, também tristezas, mas muitas  graças alcançadas e realizações. Todas com as bênçãos de Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira dos paraenses.
Outubro é, portanto o mês de festa de quem vive no Pará. O mais importante é como os paraenses conseguem contagiar os turistas que chegam em sua cidade com esse sentimento de fé, devoção e muita receptividade. Na Companhia Paraense de Turismo (Paratur), órgão oficial de promoção turística do Governo do Estado, acontece todo um trabalho de atração desses turistas, algo em torno de 73 mil pessoas em 2011, em um universo superior a dois milhões de romeiros acompanhando a procissão no segundo domingo de outubro.

O primeiro momento marcante dessa festa é nesta sexta, com um grande espetáculo: O Auto do Círio.  São encenações diversas no bairro da Cidade Velha, com um grande cortejo que mistura o sagrado e o profano. Entre os artistas que estão em vários palcos nesta noite, a Orquestra de Violoncelos da Amazônia, os cantores Iva Roth, Salomão Habib, Grupo Parafolclórico do Sesc, Dominguinhos do Estácio, Meio Dia da Imperatriz, Companhia de Dança Moderno, Companhia de Dança Ballare, Grupo Etnias, Bateria da Escola de Samba Quem São Eles e Bole Bole, Palhaços Trovadores Banda Cocota de Ortega, entre outros.

O Auto do Círio  começa às 19h na Praça do Carmo. Percorre as ruas Dr Assis, faz uma parada na frente da Igreja da Sé,  segue pela Travessa Santo Alexandre, Rua do Aveiro. Uma nova parada é na  frente do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, no palco das culturas populares. Na Assembléia Legislativa tem a programação afro.  A apoteose ocorre na frente do Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura de Belém.

O segundo momento especial do Círio ocorre neste sábado, dia 8, com a Romaria Fluvial, um espetáculo irresistível aos olhos, inesquecível ao coração, diante da beleza das cores, da sincronia das mais de 400 embarcações, da trilha sonora de puro louvor à Virgem. Segundo o presidente da Paratur, Adenauer Góes, a Romaria simboliza perfeitamente o Círio. “Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, é uma imagem diretamente ligada às águas.  A imagem foi encontrada por um pescador, Plácido, ribeirinho que, segundo a história, iniciou essa devoção. Na Paratur nos sentimos honrados em dar continuidade à Romaria Fluvial, criada pelo ex-presidente da Paratur, jornalista Carlos  Rocque, e em poder com isso homenagear nossa padroeira”.  Ao todo 650 pessoas, incluindo a imprensa, são convidados da Paratur para acompanhar a Romaria Fluvial no ferry José Humberto.  A saída é às 6h30 da manhã de sábado, dia 8. O embarque começa às 6 horas, no porto da Reicon, na Rodovia Arthur Bernardes, número 605.  Uma novidade este ano é que a camisa da Romaria Fluvial, muito disputada pelos convidados, foi desenhada pelo design paulista Adolfo Morandini, artista que assina grandes artes Brasil à fora.

À noite, na Trasladação, mais emoções e manifestações de fé. Um espetáculo à parte não só para os turistas verem. Mas, também para a imprensa noticiar. Mais suave aos romeiros e pagadores de promessa, encanta também pela trilha sonora nazarena e em especial pelas luzes de velas que iluminam cada passo dos participantes.

Domingo é o grande dia. A emoção de chegar ainda na madrugada para garantir um lugar à corda, assistir a missa que antecede a procissão, percorrer cada quilômetro do Círio da Sé até a Basílica. São momentos inesquecíveis  que fazem rir de alegria, ou chorar de emoção. Um espetáculo, ou seria um fenômeno? Que só acontece em Belém do Pará, uma vez ao ano, no mês de outubro, mas que é notícia o ano todo.

Círio & Turismo – Muitos turistas que chegam na capital aproveitam para, antes ou depois de cumprir sua missão de participar do espetáculo do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, conhecer os atrativos turísticos do Pará. E o que visitar em um estado tão grande em termos de opções de turismo? Afinal, são seis pólos turísticos, 144 municípios, uma infinidade de atrativos. Aqui vão algumas dicas de o que fazer nesses pólos:

PÓLO BELÉM

Belém se mostra ao turista sempre encantadora, com seus traços marcados por forte hibridez cultural e arquitetônica. Em suas primeiras ruas, no bairro da Cidade Velha, nos atrai o contraste do patrimônio histórico, herança de Portugal e outras influências  européias, refletido no casario antigo, no Complexo Feliz Lusitânia (Catedral da Sé, Museu de Arte Sacra, Forte do Presépio), Complexo Ver-o-Peso (Feira do Açaí, Mercado de Peixe, Mercado de Carne, Solar da Beira), com o          pós-moderno, a exemplo da Estação das Docas  e sua transformação, de simples galpões de ferro importados da Europa, até meados da década de 90 ao mais imponente complexo de lazer, gastronomia e turismo da Amazônia.  Para o almoço, ao por do sol ou noite adentro, é lá que todos se encontram, para se deliciar com a  brisa do rio Pará, com a alegria contagiante do lugar ou com o cardápio, de excelente qualidade e com o rigor da culinária paraense.
Basílica de Nazaré, Teatro da Paz, Praça da República e Praça Batista  Campos também devem ser visitados, como o Mangal das Garças, espaço de eco-turismo e educação ambiental, às margens do rio Guamá, povoado de aves raras da Amazônia, a exemplo de garças, marrecos, beija-flor  e guarás, além de quelônios. Uma flora típica em desenvolvimento,  escolhida para ser uma das mostras mais perfeitas da nossa  floresta tropical, se impõe por todos os lados. Vale a pena conhecer o Borboletário do Mangal e, no Manjar das Garças, mais um pouco das
delícias gastronômicas paraenses. Do alto do Farol uma vista quase  completa de Belém, que aos poucos abre suas janelas para o rio, a exemplo do Portal da Amazônia, orla em construção. Mais à frente, o Pólo Joalheiro, onde o ouro e outras riquezas minerais do Pará são  transformadas em jóias  de puro requinte. Lá funcionou um presídio mas, hoje é o exemplo de que o homem pode mudar sua história e redesenhar seu futuro visando, emprego, renda e dignidade ao seu povo. 
A natureza verde de Belém ainda pode ser vista no Jardim Botânico  Bosque Rodrigues Alves, no Museu Paraense Emílio Goeldi, no Bioparque Amazônia.  No entorno da cidade, mais de 70 ilhas e um cotidiano de vida ribeirinha encantador, entre elas as ilhas de Mosqueiro, Outeiro
e Cotijuba.

Carimbó, siriá, marujada, boi bumbá, pássaros juninos, lundu, brega,  tecno brega, guitarrada e calypso são alguns dos ritmos que embalam as manifestações culturais do Pará. Belém é o berço dessas danças e coreografias  que marcam suas expressões em todo o Estado com  um dos mais variados calendários de eventos do Brasil.
E por falar em eventos, este é o segmento que mais se destaca em  Belém, onde o principal ocorre no mês de outubro, quando o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia, expressa toda a fé e religiosidade do povo paraense. É um mês de procissões, novenas, missas e apresentações. Mas, no segundo domingo de outubro, dois  milhões de fiéis e milhares de turistas se encontram em uma gigantesca demonstração de fé. O espetáculo único em toda a Amazônia, é imperdível.


PÓLO TAPAJÓS

No pólo Tapajós o Pará se revela com o que tem de mais atraente na  Amazônia: a flora, a fauna e a história. Em Santarém, município sede do pólo, inúmeras opções de artesanato, passeios, gastronomia regada à peixes típicos, belos e confortáveis hotéis. À frente da cidade, o
fascinante encontro das águas esverdeadas do rio Tapajós com as águas  escuras do rio Amazonas. Por quilômetros, as águas dos dois rios correm lado a lado, mas nunca se misturam. O fenômeno atrai turistas de todo o mundo, assim como a bela vila de Alter-do-Chão, maior
aqüífero do mundo. O lugar, rota dos grandes cruzeiros marítimos,  apaixona seus visitantes pela bela praia de águas doces e esverdeadas e areia branca, às margens do rio Tapajós.

Canoeiros ficam na orla, à espera dos apaixonados pela natureza, para  um inesquecível passeio pelo Lago Verde até a Ilha do Amor, lugar de rara beleza, assim como a comunidade Maguary.  Outra opção é uma trilha pela floresta até a Serra da Piroca, de onde a vista panorâmica de Alter-do-Chão é inesquecível. Antes de seguir, vale se deliciar com  a “piracaia”, peixe assado na brasa servido em um ritual tipicamente tapajônico. Recomenda-se visitar Santarém o ano todo mas no mês de setembro a natureza é mais generosa, ao revelar toda a exuberância da praia de Alter-do-Chão. É também quando acontece o Sairé, principal
manifestação cultural do lugar, um ritual de ritmos, cores e  coreografias indígenas, com destaque para o duelo dos botos Cor-de-Rosa e Tucuxi. O Sairé: é uma festividade de caráter religioso introduzido nas missões religiosas da Amazônia pelos jesuítas, no  século XVII mas vem se modernizando a cada ano. Ainda no pólo Tapajós não deixe de ir até Belterra, município guardião da arquitetura herdada do ciclo da borracha, ainda visível na fachada
das casas de toda a vila. Bosques de seringueiras completam a  paisagem.


PÓLO MARAJÓ

Ao desembarcar no Porto do Camará, em Salvaterra, o turista deve estar  preparado para apreciar praias de águas mornas e salobras, observar búfalos que servem de montaria à polícia e aos visitantes, trilhas no mangue, passeios de canoa e revoada de guarás, alguns dos atrativos da maior ilha fluvial e marítima do mundo, a lha do Marajó.  Passeios  por campos alagados, degustação do queijo bubalino oferecidos nos hotéis e fazendas que recebem aqueles que visitam a Ilha também são convites irrecusáveis para quem deseja conhecer o arquipélago do Marajó, composto por aproximadamente 3 mil ilhas e ilhotas  distribuídas em 15 municípios, em uma área de mais de 50 mil km² , banhada pelo oceano Atlântico e pelos rios Amazonas e Pará. A beleza exótica do Marajó é vista em pequenos rios e igarapés que  criam áreas alagadas , refúgio dos fortes búfalos, principal produto pecuário da região. Merece destaque a praia do Pesqueiro no município de Soure cujo encanto atrai turistas de todo o mundo.
O artesanato marajoara também merece ser visto, com seus desenhos  inconfundíveis aplicados em cerâmicas marajoaras, peças de vestuário de couro bubalino. Inspiradas na região, as bio-jóias são produzidas a partir de sementes, folhas  e cipós, alguns dos artigos encontrados nas feiras e barracas de lembranças dos municípios marajoaras.

Habitat de grande variedade de peixes e pássaros, o arquipélago  oferece muitas atividades em meio à natureza, realizadas nas fazendas, como observação de guarás - ave típica de penas vermelhas -, pesca, a focagem de jacarés,  passeios de barco pelos igarapés. Os fãs dos  esportes de aventura também se divertem na área com a prática de caminhadas na selva.

A gastronomia, que tem na carne de búfalo ingrediente principal, é representada por pratos típicos como filé marajoara, servido com mussarela de búfala derretida e o frito do vaqueiro.

Além de Soure, conhecida como “A Pérola do Marajó”, vale destacar no  arquipélago o município de Salvaterra. Inúmeros hotéis e pousadas garantem o conforto do visitante.  Para desfrutar as belezas da Ilha do Marajó é necessário pelo menos dois dias, as saídas são diárias
partindo de Belém de barco, lancha, balsa em linhas públicas regulares  ou aviões fretados.

Os seis pólos turísticos do Pará são Belém, Marajó, Tapajós, Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins, e Xingu.

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