quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Workshop sobre arranjo produtivo local de gemas e joias mostra avanços do setor no Pará

A diretora executiva do São José Liberto, Rosa Helena Neves, falou sobre
a iniciativa de transformar o antigo presídio em um espaço de economia criativa
Para discutir especificidades, avanços, inovações e pontos potenciais a serem desenvolvidos no setor de gemas e joias, representantes de diversos estados brasileiros estiveram presentes na última segunda–feira, 24, no Espaço São José Liberto, para participar do “III Workshop de Integração de Arranjos Produtivos Locais (APL) de Gemas e Joias”, uma realização do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (BGM) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O evento aconteceu até o dia 25 e teve apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) e do Instituto de Gemas da Amazônia (Igama).

O evento promoveu a troca de experiências entre APL em um importante intercâmbio para impulsionar o crescimento da área.  Durante o painel intersetorial de abertura do evento, que debateu o alinhamento das políticas públicas voltadas para o setor, o presidente do IBGM, Hécliton Santini, enfatizou que a experiência exitosa do ESJL/Polo Joalheiro do Pará é um exemplo a ser seguido por outros estados. Ele destacou que o apoio do governo a iniciativas como a do Polo Joalheiro do Pará é fundamental, assim como a parceria com a iniciativa privada.

O workshop, explicou Hécliton Santini, reuniu importantes lideranças empresariais, representantes governamentais e presidentes de associações de classe dos principais estados produtores do Brasil e, ao mesmo tempo, “promove essa experiência que o Pará dá, hoje, ao Brasil. Esse polo é singular e deve ser melhor estudado e mais estruturado para que possa ter, rapidamente, resultados que todos nós esperamos, que é agregar valor, trazendo ainda mais a cultura paraense e amazônica às joias, para que elas possam estar representadas não só no Brasil como internacionalmente”.

De acordo com o presidente do IBGM, o design da joia paraense é criativo e de excelência, onde o diferencial está na cultura inserida no design, em um processo que envolve o ESJL como um todo. “Essa cultura tem sido incorporada à joia com muita criatividade e o trabalho do designer tem traduzido isso: peças singulares, inovativas e que espelham essa brasilidade. Hoje, o consumidor brasileiro e mundial não quer só comprar joia. Quer comprar também a história que a envolve, o conteúdo cultural e de sustentabilidade que é incorporado a ela. O Pará está fazendo este trabalho”, salientou.

Uma amostra deste trabalho inovador do ESJL foi vista na exposição “Metal-Morfose: a transformação da matéria”, lançada nesta segunda, no Coliseu das Artes. A nova coleção de joias do Polo Joalheiro é resultado de anos de experimentações do pesquisador e mestre ourives Paulo Tavares, que convidou designers e empresas do programa, que são parceiras de suas pesquisas de criação joias com metal nobre (ouro e prata) e coloração única, resultantes do processo de reaproveitamento das sobras das unidades de produção de joalheria. 

Tavares cria gemas de cores diversas que servem de base para a coloração das joias, através de outra inovação já desenvolvida no âmbito do Polo Joalheiro, a incrustação paraense, que tem servido de base para a criação de várias joias do Polo Joalheiro do Pará. A inovação consiste em realizar procedimento de separação do metal e tratamento dos resíduos do processo, por meio de práticas sustentáveis, que evitam o descarte de material nocivo ao meio ambiente.

“É uma forma de proteção à natureza, promovendo o retorno de um produto inorgânico que foi resgatado de volta para as oficinas, as unidades produtivas de joias”, explicou Paulo Tavares, lembrando que a experiência de sustentabilidade tem sido desenvolvida há mais de 10 anos e que pretende ampliar a experiência com outros profissionais e estados, como o Piauí, que já sinalizou interesse em conhecer e aplicar a técnica de ourivesaria. 

CRESCIMENTO – A titular da Seicom, Maria Amélia Enríquez, enfatizou que o Programa Polo Joalheiro do Pará - mantido pelo Governo do Estado, por meio da Seicom e do Igama – representa um projeto de qualidade, com conceito e importância para o Estado, para o Brasil e para o mundo. Tanto que tem permanecido e se desenvolvido ao longo dos anos, sendo hoje referendado pelo IBGM, Ministério da Cultura (MinC) e outros órgãos.
Designers, ourives, lapidários, empreendedores individuais, microempresários e
 alunos dos cursos de Design participam do evento, ao lado de integrantes de APLs de outros Estados
“Nós temos nos empenhado para aprimorar este projeto de sucesso para que ele avance. O papel da Seicom é melhorar o ambiente de negócios para então proporcionar um cenário favorável para que a cultura e o turismo se desenvolvam”, disse a secretária Maria Amélia, lembrando do talento e da capacidade que os integrantes do programa têm de se reinventar, recriar e surpreender a cada criação, a partir de uma temática histórica.


Maria Amélia também frisou sobre a necessidade de avanços na produção de joias e artesanato para a conquista de novos mercados. A internacionalização, apontou, já tem sido concretizada pelo governador Simão Jatene, que, assinou termo de cooperação com a Martinica, representada no workshop por Manuella Toussay, representante do Conselho Regional da Martinica no Brasil e adida de Cooperação junto à Embaixada da França em Brasília e pelo ourives Pierre Kichenama.

A secretária agradeceu, ainda, a presença de representantes de instituições de ensino na abertura do evento, bem como de representantes de órgãos de turismo – a Companhia Paraense de Turismo (Paratur) e a Setur,  ao falar sobre o Plano de Mineração do Estado e da contribuição da secretaria no Plano Ver-o-Pará, da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), que para ser concebido o governo estadual ouviu os produtores participantes e levantou, entre outros pontos, a necessidade de incluir o espaço na rota turística do Pará, o que já é uma realidade.

O secretário de Estado de Turismo, Adenaúer Góes, lembrou que o desafio de desenvolver o setor de gemas e joias no Estado é amplo porque envolve outros setores importantes, como o turismo, o artesanato, a moda e a gastronomia. “Passa pela compreensão dessa economia do turismo porque significa a circulação e a mobilidade das pessoas e o quanto isso pode contribuir para o fortalecimento de atividades como essa de gemas e joias no estado e no país”. O Espaço São José Liberto e o Programa Polo Joalheiro do Pará integram tanto o Plano de Turismo quanto o de Mineração, dada a complexidade e amplitude do trabalho desenvolvido por este espaço intersetorial, um território criativo que promove diversos setores da economia.

Foi justamente esse processo de inclusão do Espaço São José Liberto (Polo Joalheiro) nas ações de promoção, divulgação, inteligência de mercado, captação de eventos como estratégias de marketing do turismo do Pará que falou Jacqueline Alves, diretora de Marketing da Paratur.

"Realizamos anualmente o receptivo de jornalistas especializados em turismo, agentes de viagens, operadores de turismo de vários segmentos entre outros formadores de opinião e multiplicadores de turismo. Canalizamos esse público a diversos atrativos e equipamentos turísticos do Pará e o Polo Joalheiro e outros produtos do Espaço São José Liberto fazem parte do roteiro oficial de visitação que executamos, o Pará: A Obra Prima da Amazônia em 8 dias e 7 noites". Informou Jacqueline.

A diretora executiva Rosa Helena Neves falou da satisfação de receber os participantes do encontro no São José Liberto e da importância deste evento para o setor de gemas e joias, considerando que é um espaço para troca de experiências e conhecimentos. Nesse sentido, destacou o trabalho que o programa tem realizado com a iniciativa de formação de parcerias para a complementaridade do conhecimento e execução das ações do Programa Polo Joalheiro do Pará, dentre elas, a parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa). 

Marcelo Ribeiro de Araújo, gerente da unidade de Indústria do Sebrae Pará falou aos presentes que a instituição tem promovido, através de seus produtos e serviços, uma forte parceria com o Igama e o governo estadual , que data de 1998. “Somos parceiros nesse processo com produtos voltados para a gestão das empresas, para a organização social e para o desenvolvimento tecnológico”, salientou, destacando o Sebrae TEC, projeto voltado para a tecnologia e inovação das micro e pequenas empresas. 

O representante do Sebrae Pará também observou que em cenários como o do Brasil e o do Pará, com suas diversidade e grandezas geográficas, a troca de experiências é relevante. “Esse encontro é muito importante, a partir do momento que a gente traz parceiros nacionais que conhecem a nossa realidade e têm a oportunidade de discutir localmente esses pontos”. 

INTEGRAÇÃO – O encontro reuniu integrantes de APL de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Piauí, além de representantes dos segmentos e integrantes do Programa Polo Joalheiro do Pará, dentre eles designers, ourives, lapidários, empreendedores individuais, micro empresários e alunos dos cursos de Design das instituições de ensino parceiras do programa Polo Joalheiro do Pará.

Ascom Paratur com informações da Ascom do Espaço São José Liberto e da Seicom.

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