terça-feira, 28 de outubro de 2014

Exposição Condurú apresenta parte do projeto Pixelpart do artista P.P. Condurú

O público tem até o dia 30 de outubro (sexta-feira) para conhecer algumas obras que fazem parte do projeto Pixelpart do artista plástico P.P. Condurú. A mostra “Condurú” está exposta no novo espaço cultural de Belém, o Centro Cultural do Carmo, e inclui também o trabalho do primo do artista JMCondurú e homenageia o avó da dupla, o “Velho Condurú”, que foi um dos grandes intelectuais da cidade.A exposição de P.P. inclui 12 trabalhos, das mais de 3.500 peças distribuídas em 30 séries. Desde 2011, o artista tem realizado pesquisas em diversas linguagens em um projeto que deve ser lançado em no próximo ano e deve incluir painéis gigantes digitalizados, vídeo mapping, game e outros trabalhos. A proposta expressa o universo lúdico dos jogos de montar às pinturas produzidas, formando diversos mosaicos ao gosto do artista e de quem quiser interagir com ele.
 Segundo P.P., para ser um artista contemporâneo é necessário dialogar com as novas linguagens, dentro desta confusão e caos. “Se eu achar que arte contemporânea é uma categoria, então teria que fazer. Como quero ficar livre e ficar a vontade, se eu me expressar e conseguir me comunicar com o outro, estou sendo contemporâneo”, finaliza.
 As obras consistem em diversos painéis em miniaturas de 3,5 x 3,5cm, produzidos, pintados e assinados um a um. Nelas, cada quadrado é posicionado como um pixel de computador formando os painéis que compõem a exposição. Cada peça é única, embora sigam a tendência de matrizes antigas com dimensões de 23,5 x 23,5cm. Elas revelam o processo laboral de uma linha de montagem criada por P.P.
Segundo ele, para ser um artista contemporâneo é necessário dialogar com as novas linguagens, “A demanda dessa galera são as novas linguagens, cheias de confusão e caos. Se você está aí, se comunicando, então você está dentro. Eu tenho que ficar livre e a vontade, se eu me expressar e conseguir me comunicar com o outro, então estou sendo contemporâneo”.
 Em seu fazer artístico, dialoga o seu trabalho artesanal de construção das peças com o trabalho criativo de montar os painéis a partir das referencias de outros trabalhos mais tecnológicos desenvolvidos por ele. “O resultado veio da ideia de juntar o que eu faço em computação e pintura, trabalhando com novas linguagens. O legal é que não tenho que pintar somente quando estou inspirado. Tem tanto trabalho, tantos processos que dá pra passar uma semana só fazendo o braçal”, justifica.
 Para criar as matrizes que originaram as miniaturas, P.P. Condurú se inspirou em memórias da infância, quando ficava horas com seu gato olhando os azulejos das casas em que morou e também do trabalho realizado por ele para o livro Arte Nouveau em Belém, de Célia Bassalo. “Eu ficava vendo vários azulejos na internet. Via qual era a sensação mais fácil, a cor que me agradava mais. Se era o vermelho, eu pintava azulejos vermelhos”, explica.
 O projeto completo está previsto para 2015, mas o convite de Reginaldo Cunha, idealizador do centro cultural para expor, para antecipar parte deste material atiçou o espírito criativo do artista para pensar em soluções que reproduzissem as linguagens digitais que esta exposição ainda não comporta, como a mesa em Touch Screen, que permite ao público também jogar com o trabalho do artista. Na ausência desta tecnologia, que está sendo desenvolvida em conjunto por um grupo que trabalha com P.P, foi criada a “Mesa Humana”, chamada assim porque é manipulada humanamente, na ausência da mesa digital. 
“Com esse trabalho eu não tenho apego com a criação. Acho um barato quando vejo a pessoa criando com esses azulejos que eu pintei e montando do jeito dela. Surge cada coisa bonita que eu nunca imaginei”, entusiasma-se o artista. Todo o processo de criação está registrado em blog e Facebook.  “Agora que as pessoas estão começando a compreender o que é este trabalho, o mais interessante é uma pessoa fazer outra coisa com o meu material que eu nunca pensaria”, conclui.
 Serviço: O Centro Cultural do Carmo tem entrada gratuita e fica localizado na Praça do Carmo, n 40 - Cidade Velha, Belém. As visitas podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14 às 18h. Saiba mais sobre o trabalho de P.P. Conduru,  www.ppconduru.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário