quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Belém, a capital dos bonecos

Cidade recebe mostra do Sesi de espetáculos e
oficinas com bonecos do mundo todo (Foto: Divulgação)
A partir da próxima segunda-feira (3), Belém receberá visitantes inusitados. Eles têm tamanhos distintos, uns cabem na ponta dos dedos, outros impressionam pela grandeza. Enquanto alguns são brasileiríssimos, outros vieram de países distantes e misteriosos, como a Hungria. Eles têm forma de macacos, sombras e alguns até mesmo desafiam a física e são invisíveis. É assim, instigando a imaginação e combinando artes cênicas, cinema, música e artes visuais que chega à capital a 11ª edição do maior festival de bonecos do país, o Sesi Bonecos do Mundo.

Onze companhias de países como Espanha, Holanda, Peru e Rússia, além do Brasil e da Hungria, tomarão conta do palco do Teatro Maria Sylvia Nunes e da Praça Amazonas. Serão 26 apresentações, para todos os gostos, totalmente gratuitas. Uma oportunidade única para conhecer e se encantar com uma arte milenar que, nas duas últimas edições na cidade, foi prestigiada por 113 mil pessoas. O projeto é patrocinado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi).

Entre as principais atrações do Sesi Bonecos do Mundo deste ano está o espetáculo “Música de Brinquedo”, em que a banda mineira Pato Fu interpreta clássicos do rock nacional e internacional com arranjos feitos com instrumentos de brinquedo, miniaturas, brinquedinhos e instrumentos do universo da musicalização infantil. O espetáculo cênico-musical conta com a participação do grupo de teatro de bonecos Giramundo. O mineiro Giramundo também deverá trazer um dos mais grandiosos espetáculos da programação, uma releitura de “Alice no País das Maravilhas”, do inglês Lewis Carroll (1832 – 1898). A apresentação será na próxima quarta-feira (5) e 55 bonecos dividirão o palco com um ator. Na montagem, música, artes plásticas e cinema dialogam entre si. Fernanda Takai e Arnaldo Baptista emprestam suas vozes, respectivamente, para Alice e para o Chapeleiro Maluco. Lina Rosa Vieira, idealizadora e diretora do Sesi Bonecos do Mundo, afirma que a intenção do festival é ser um grande “carrossel cultural”. “Nós temos um desejo grande de promover uma verdadeira democracia cultural, levando, gratuitamente, espetáculos únicos para a maior quantidade de gente possível”, fala. Lina explica que, além dos bonecos gringos, haverá a participação de artistas essencialmente brasileiros, como os mestres do “Mamulengo”, bonecos típicos do Nordeste que dão vida a um teatro verdadeiramente popular. De acordo com a idealizadora do festival, o Sesi Bonecos do Mundo tem por dever formar público e fomentar o interesse pelo teatro e pela arte. “Nós não queremos ser grandes por capricho, nós precisamos ser grandes por necessidade. É fundamental que se promova o diálogo com o público porque nós vivemos em um país em que, infelizmente, o acesso à cultura ainda está longe do ideal”, observa. Segundo Lina Rosa, a formação de plateia é uma necessidade constante que deve ser buscada por todos os artistas e produtores culturais. “Nós já tivemos 70 mil pessoas em um dia de festival. Fizemos uma pesquisa e constatamos que a maioria das pessoas não tinha hábito nenhum de ir ao teatro. Quando perguntamos se elas estariam dispostas a pagar para ver os espetáculos, a grande maioria disse que sim. Então, é um processo de apresentação gratuita da arte que deve ser valorizado”, explica. A programação do Sesi Bonecos do Mundo começa, no Teatro Maria Sylvia Nunes, com o espetáculo “Pequenos Contos”, do Peru, na segunda-feira (3), com a dupla Hugo Suarez e Inês Pasic. Na terça-feira (4), a companhia LaSal, da Espanha, apresenta o espetáculo “O Grande Traje”. Na quarta-feira (5), o Giramundo encena “Aventuras de Alice no País das Maravilhas”. Os espetáculos, com sessões às 19h e 21h, serão acompanhados com audiodescrição e tradução simultânea em libras. Os ingressos poderão ser retirados na bilheteria do próprio teatro, nos dias correspondentes às apresentações, a partir das 12 horas. No sábado (8) e domingo (9), uma vasta programação, dividida em vários espaços, toma conta da Praça Amazonas. Lá, artistas e públicos irão se misturar em performances variadas e surpreendentes. “Essa vontade de ocupar o espaço público traz de volta a essência da prática teatral e potencializa o valor lúdico e a inteligência das apresentações. Nas duas edições anteriores na cidade, o festival foi um sucesso absurdo de público. Belém, para mim, é a grande capital cultural da Região Norte”, finaliza Lina Rosa. OFICINAS Além da grande variedade de espetáculos, o Sesi Bonecos do Mundo tem na sua programação três oficinas gratuitas para profissionais, com 20 vagas cada, que serão realizadas no Instituto de Artes do Pará (IAP). São elas: “Bonecos Quadro a Quadro”, ministrada pelos professores Enzo Giaquinio, Guilherme Pam e Ulisses Tavares; “Confecção, Composição Cênica e Dramaturgia de Animação”, realizadas por Marcos Ribas, e “Drama Com Corpo”, desenvolvida por Hugo Suarez e Inês Pasic.

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