terça-feira, 26 de março de 2013

Belém: Complexo Ver-o-Peso celebra 386 anos

Nem bem amanhece o dia e lá estão eles com sacas, sacolas e carros - de- mão abastecidos com diversos produtos, cruzando as ruas do Comércio em num movimento frenético. Peixes, aves, carnes, frutas, ervas medicinais, verduras, artigos regionais e plantas ornamentais, iguarias típicas da Amazônia, que tornam o Complexo Ver- o -Peso a maior feira a céu aberto da America Latina. O lugar, onde encontramos a maior concentração de vendedores e compradores e ainda de apreciadores de Belém comemora, nesta quarta-feira, dia 27, seus 386 anos de fundação. Diversas programações estão sendo realizadas no local pela Prefeitura de Belém, entidades sem fim lucrativo, entre outros que compreendem a importância do lugar para Belém.

Localizado às margens da baia do Guajará, em Belém, carrega inúmeros títulos: principal cartão postal de Belém, maior feira aberta da América Latina, uma das Sete Maravilhas do Brasil, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional (IPHAN) em 1977, entre outros títulos. Fundado em março de 1687, o Ver-o-Peso funcionava inicialmente como entreposto fiscal ,onde os portugueses estabeleceram um rígido controle alfandegário na Amazônia, criando ali um posto de fiscalização e tributos – a casa do Haver o Peso - onde um funcionário público com uma balança mediava as transações comerciais da época para conferir o peso exato das mercadorias e cobrar os respectivos impostos para a coroa portuguesa.

A Casa do Haver- o - Peso funcionou até meados de outubro de 1839 quando a repartição foi extinta e o espaço foi arrendado e destinado à venda de peixe fresco. Desde então, o Complexo do Ver-Peso, com seus 30 mil metros quadrados é composto pelo Mercado de Carne, Mercado de Peixe, Praça de Alimentação, Solar do Beira e Feira do Açaí. O espaço recebe por dia cerca de 50 mil pessoas, entre elas, turistas de vários lugares do Brasil e do Mundo.

O Ver-o-Peso é conhecido pelos grandes chef´s da alta gastronomia internacional, por suas especiarias, ervas exóticas e pelos mais de 40 tipos de pescados. O lugar inspirou o chef paraense Paulo Martins a criar o Festival Gastronômico Ver-o-Peso da Cozinha Paraense (http://www.veropesodacozinhaparaense.com.br), há cerca de 10 anos, mas que ainda hoje atrai especialistas da culinária mundial ao Pará, a exemplo de Alex Atala, o quarto mais importante chef de cozinha do mundo e Mônica Rangel, do Rio de Janeiro, Bel Coelho, de São Paulo, Helena Rizzo, de São Paulo, entre outros.

O coordenador da Belemtur – Coordenadoria Municipal de Turismo, Fábio Haber, diz que a história do Ver-o-Peso praticamente se confunde com a história de Belém. “ É o nosso principal cartão postal e a maior atração turística do município, pois concentra um pouco de tudo, desde os cheiros da Amazônia passando pela nossa culinária, pela cultura e pelo exotismo das nossas tradições. O Ver- o-Peso é parte da vida do belenense e deve ser mantido e cuidado com todo zelo e carinho por todos.’’ Enfatiza Fábio.

Para o prefeito Zenaldo Coutinho, como símbolo maior da cidade, o Ver-o-Peso merece atenção especial da prefeitura e também da sociedade, por isso está como prioridade na lista de pedidos que a PMB fez ao governo federal para a revitalização de prédios e monumentos da cidade com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas. Pretendida pela prefeitura, a reforma total do mercado está orçada em R$ 14 milhões. "Com certeza teremos atitudes ainda mais rigorosas quanto ao ordenamento do Ver-o-Peso, mas a nossa intenção maior é que o cartão postal de Belém seja revitalizado e tenha uma cara nova. Vamos trabalhar firmemente nesse sentido", ressalta o prefeito.

A presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), Socorro Costa, destaca que o Complexo do Ver-o-Peso está na rota inicial de todo e qualquer turista que visita a cidade. “Por isso, a Paratur tem o cuidado de incluir esse importante equipamento turístico em todo o material promocional do Pará apresentado nas feiras e eventos nacionais e internacionais, destacando em produtos que simbolizam o lugar ou em imagens e vídeos os valores do turismo paraense encontrados no local: originalidade, criatividade, sustentabilidade, autenticidade e diversidade, traduzidos também pelas pessoas que trabalham no Ver-o-Peso”. Afirma Socorro.


O secretário de Turismo do Pará, Adenauer Góes diz que o desafio do Governo do Estado, seja através da Paratur ou da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), juntamente com a sociedade civil organizada e iniciativa privada, é tornar o Pará o destino líder da Amazônia até 2020. “Para cumprirmos essa meta temos que observar alguns cuidados, como o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização da cultura local, a preservação da autenticidade, mantendo uma identidade turística própria ao Pará, assim como uma oferta turística que surpreenda pela originalidade, uma arquitetura harmônica com o meio ambiente, e ainda nos preocuparmos com um padrão internacional de serviços turísticos. Ao investirmos na melhoria, recuperação, preservação e acima de tudo na promoção e divulgação do Ver-o-Peso enquanto símbolo que representa nossa cultura, nossa história, nossa identidade amazônica, estamos dando passos importantes para alcançarmos nossa meta”. Enfatiza Adenauer.


Para ele, “a expectativa atual é muito grande de que a gestão pública municipal possa não apenas manter o Ver-o-Peso com sua infra-estruturara recuperada, mas também a limpeza e a segurança na área”. Além disto, diz Adenauer, “estamos convencidos de que estamos em um melhor momento na compreensão da importância para o município de Belém do turismo como atividade econômica, baseado principalmente numa melhor compreensão da importância organização empresarial e em uma rede de prestação de serviços com a gestão pública municipal empenhada em seu papel enquanto indutora deste desenvolvimento”. Complementa o secretário.





Texto: Tâmara Monteiro e Benigna Soares - GEC Paratur

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